Vacinação contra sarampo deverá atingir quase 17 mil crianças na Comcam

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O objetivo da iniciativa é aumentar a cobertura vacinal no Estado - Foto: Venilton Küchler/SESA

Por Walter Pereira

Acompanhando o calendário nacional, a 11ª Regional da Saúde de Campo Mourão está preparando a Campanha de Vacinação contra sarampo na região, que será do dia 6 a 31 de agosto. Erradicada no Brasil desde a década de 90, a doença está de volta ao País, e tem preocupado autoridades de saúde. Na Comcam, a Regional estima atingir 16.950 crianças na faixa etária de 1 a 4 anos de idade com a imunização. Vale lembrar que a campanha é dirigida somente para crianças, ou seja, não haverá vacinação para pessoas adultas.

O Dia “D” de vacinação será 18 de agosto. No mesmo período será feita a imunização também contra a poliomielite em crianças de 6 meses a 5 anos. A enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Regional de Saúde de Campo Mourão, Evandra Cristina Pereira, explicou que até os 29 anos é obrigatório ter as duas doses da vacina da tríplice viral. Dos 29 aos 49 anos, se tiver apenas uma dose é suficiente para a imunidade. Porém se a pessoa estiver nessa faixa etária sem nenhuma dose, e não conhecer seu antecedente vacinal deve tomar pelo menos uma dose da vacina.

“Os pais têm que levar os filhos para vacinar independente da situação vacinal. Ou seja, mesmo que a criança já tomou vacina contra sarampo tem que tomar novamente. Reforçamos que a campanha não será direcionada para adultos, não temos quantitativo de vacina para atender a população adulta”, ressaltou. Segundo Evandra, os casos da doença que estão surgindo pelo País é preocupante e, apesar de a campanha já estar programada para agosto desde o início do ano, será intensificada agora. Ela lembrou que não há casos da doença confirmados na região, nem mesmo suspeitos.

Evandra explicou que a transmissão do sarampo ocorre diretamente de pessoa para pessoa, por tosse, espirro, fala ou respiração. Por isso, a doença é considerada altamente contagiosa e a única forma efetiva de prevenção é a vacina. Não há tratamento específico para o sarampo. É recomendável a administração de vitamina A para reduzir casos fatais. Já nos casos sem complicações mais graves, é recomendável manter a hidratação, uma boa alimentação e o controle da febre.

A maneira mais eficaz de se proteger da doença é a vacinação. Evandra explicou que a pessoa adquire imunidade se vacinando ou entrando em contato com a pessoa que já esteja com a doença. “Então o vírus entra no organismo, o organismo reconhece, produz anticorpos e essa pessoa está protegida. O organismo reconhece aquele fragmento do vírus do sarampo e produz anticorpos específicos contra ele. Então estas pessoas estarão imunizadas para o resto de suas vidas”, falou.

A enfermeira informou que a vacina do sarampo faz parte de um grupo de vacina que se chama tríplice viral: a mesma vacina protege do sarampo, caxumba e rubéola. “Aos 15 meses de vida a criança toma a vacina novamente, mas já acrescida da varicela. Ai toma a dose de reforço aos 4 anos de idade”, afirmou.

Até o momento, dados do Ministério da Saúde alertam para dois surtos confirmados nos estados de Roraima, com 200 casos e Amazonas, com 265. Há ainda casos isolados em São Paulo (1), Rio Grande do Sul (6), Rondônia (1) e Rio de Janeiro (2), além de outros 18 situações suspeitas no estado carioca. Os números vêm crescendo depois de surtos ocorridos no Ceará e Pernambuco entre 2003 e 2015. Na época, a ação de imunização conseguiu interromper o avanço da doença, que teve registrado 1.310 casos.

Em 2017, porém, a doença voltou através da fronteira com a Venezuela e pela queda nas taxas de vacinação contra diferentes doenças (entre elas a tríplice viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e a rubéola). No início de julho, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre a vacinação, que estaria reduzindo ano a ano, em todo o país. Ao todo, 312 municípios brasileiros estariam com uma cobertura vacinal inferior a 50% – oito dessas cidades localizadas no Paraná. Embora os dados sejam contestados pela Secretaria Estadual de Saúde, o reforço da vacinação é sempre ressaltado pelos profissionais de saúde.

No Paraná, a cobertura vacinal da tríplice viral caiu de 99,44% em 2015 para 86,29% em 2017. O ideal, no caso da proteção contra o sarampo, significa manter a vacinação acima de 95% sempre.

( Inf.: Tribuna do Interior)

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