Estiagem prolongada prejudica lavouras de trigo na região

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foto: Walter Pereira/ Tribuna do Interior

Por Walter Pereira

As lavouras de trigo estão sofrendo os efeitos da estiagem prolongada na região. Na Comcam, tanto as áreas em estágio de desenvolvimento inicial da planta como as em fase mais adiantada – floração-, estão sendo afetadas pela falta de chuvas que já ultrapassa 30 dias.

A preocupação dos produtores rurais é que não estão previstas chuvas significativas para a região para os próximos dias. Conforme dados do Instituto Simepar, a última chuva significativa registrada na região ocorreu no dia 13 de junho (53 milímetros). Nos dia 27, 28 e 29 foram registradas chuvas de pequena intensidade que totalizaram apenas 9 milímetros.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), núcleo de Campo Mourão, a falta de chuva pode afetar o potencial produtivo das lavouras. “São mais de 30 dias de seca e a previsão indica pouquíssima chuva para os próximos dias”, observou o técnico do Deral, Anderson Roberto dos Santos.

Conforme o Deral, grande parte da cultura está na fase crítica, que mais necessita de água. Na região, 20% das lavouras estão na fase de floração e o restante em estágio vegetativo. “Mesmo as áreas em desenvolvimento estão sofrendo com o déficit hídrico”, afirmou Santos.

A área com trigo na Comcam teve um crescimento de 10% este ano em relação a 2017. Foram plantados em 2018 110 mil hectares do cereal contra 100 mil em 2017. A produção prevista para este ano é de 295 mil toneladas, volume 48% maior que o ano passado, quando foram colhidas 200 mil toneladas.

O crescimento da área está relacionado à redução da área do milho safrinha. Como atrasou o início do plantio, muitos produtores migraram para o trigo. A estiagem prejudicou também o início do plantio do cereal e prejudicou a germinação de algumas áreas. Algumas plantações nasceram falhadas devido a seca, o que pode comprometer o potencial produtivo.

ESTADO –  O Paraná semeou 1,04 milhão de hectares com trigo no atual ciclo 2017/18, alta de 7% frente o anterior, segundo o Deral. O departamento, vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado, prevê um salto de 48% na produção deste ano, para 3,3 milhões de toneladas, ante 2,2 milhões em 2016/17, quando diversos problemas climáticos, incluindo uma forte geada em julho, prejudicaram as lavouras.

Atualmente não há trigo nacional no mercado, causando a valorização do cereal. Os bons preços estão estimulando os produtores a plantarem o trigo. Porém, a cotação atual (R$ 50,00) a saca não é garantia no período futuro quando for o período de oferta e comercialização.

INF: Jornal Tribuna do Interior

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