Prefeitos se unem e fazem tapa-buraco por conta própria em rodovia estadual

0
foto: Divulgação/ Tribuna do Interior

Da Tribuna do Interior

Com as obras de recape asfáltico das rodovias PRC-369 e PR-082 entre Barbosa Ferraz e Fênix suspensas pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), os prefeitos das duas cidades, Edenilson Miliossi (PPS) e Altair Serrano Molina (PMDB), respectivamente, se uniram e fizeram por conta própria uma operação tapa-buraco em toda a extensão do trecho nesta quinta-feira (28), mesmo com via sendo de responsabilidade do Estado.

Há vários meses a via se encontra em situação precária, colocando em risco a vida dos usuários. Vários acidentes já aconteceram na rodovia por conta da grande quantidade de buracos no trecho. O trabalho emergencial foi um paliativo segundo Miliossi. “A rodovia está muito perigosa, tivemos capotamento de carros esta semana. E agora com o Carnaval sabemos que vai intensificar o tráfego de veículos de pessoas que vão passar o feriado na nossa cidade e região. Então muita gente até desavisada corre o risco de se envolver em acidentes”, falou o prefeito.

De acordo com Miliossi, a operação foi feita com material fresado fornecido pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) de Campo Mourão. “Este material que estamos usando nem é o indicado, mas era o que o DER tinha no estoque para oferecer. Fomos lá com um caminhão da prefeitura e pegamos o material para aplicar”, disse. O trabalho emergencial foi feito em um trecho de aproximadamente 12 quilômetros. A mão de obra utilizada foi de servidores dos dois municípios, além das máquinas.

“Foi uma medida emergencial até porque nós, enquanto município, não podemos gastar na rodovia que é do Estado, nem temos dinheiro para isso. É uma situação provisória”, ressaltou Miliossi. Ele destacou a parceria do prefeito de Fênix para a medida. “O Neno foi muito parceiro, quando liguei para ele, prontamente me atendeu e concordou”, informou. A reportagem tentou falar com o prefeito de Fênix sobre o caso, mas ele não atendeu e não retornou as ligações.

Miliossi acrescentou que após o Carnaval vai requerer uma audiência com o Governador do Estado, Ratinho Jr. para cobrar uma posição sobre a situação da rodovia. “Os usuários estão sofrendo muito. Não podemos ser omissos a ponto de esperar o pior acontecer para tomar as providências”, disse.

IMBRÓGLIO – A obra se arrasta desde março de 2017, quando o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), divulgou a licitação, cuja ordem de serviço tinha como prazo 17 de dezembro de 2018. Porém, desde então o serviço não saiu do papel, aumentando cada vez mais os transtornos aos usuários da rodovia.

De acordo com o DER, em Curitiba, a obra foi adiada porque uma das empresas que participaram da licitação entrou com uma ação de impugnação do edital alegando irregularidades no processo, cuja denúncia foi aceita pelo Tribunal.

A empresa com o menor preço oferecido foi a Pavia, de São Paulo. As propostas foram abertas no dia 16 de novembro de 2017 e em outubro de 2018 foi divulgado o resultado de habilitação para a empresa Enpavi, também de São Paulo. O Tribunal de Contas aceitou a impugnação do contrato no dia 8 deste mês, determinando a paralização da obra.

Como já havia sido autorizado a contratada a fazer o serviço, as máquinas da empreiteira já estavam posicionadas às margens da via para o início dos trabalhos. Funcionários da Enpavi já tinham realizado inclusive demarcações em vários pontos do trecho para receber os trabalhos.

 

Deixe uma resposta

Digite seu comentário
Digite seu nome