Um caminhão coletor, que deveria servir para exclusivamente para a coleta do lixo reciclável, está sendo utilizado de forma irregular para o recolhimento do lixo doméstico e orgânico pela prefeitura de Engenheiro Beltrão.
A irregularidade foi constatada por meio de um vídeo veiculado pelo prefeito Rogério Riguetti, que mostra o caminhão coletor doado pelo Governo do Estado, sendo utilizado para a coleta do lixo comum (doméstico). O veículo foi adquirido por um convênio, através de um projeto intitulado como “Reciclo”, que é uma parceria do Águas Paraná, Sanepar, Provopar Estadual e Governo do Paraná.
Para que o caminhão fosse utilizado para o fim indevido, foram feitas adaptações na parte hidráulica da caixa coletora, que modificaram sua originalidade.
De acordo com informações, o caso pode ser considerado grave, já que o convênio assinado junto ao Governo Estadual estipula critérios que devem ser observados e não podem ser descumpridos. Um deles é que o caminhão coletor não pode ser usado para o recolhimento do lixo molhado, sendo exclusivamente preparado para o lixo reciclável.
Se o caso for denunciado aos órgãos competentes, o atual gestor poderá responder, em tese, por ato de improbidade administrativa.
ENTENDA O PROJETO RECICLO
O Sistema Integrado de Coleta Seletiva, desenvolvido pelo Instituto das Águas do Paraná, além de promover a preservação do meio ambiente e se preocupar com a saúde pública, é inovador no que tange a sustentabilidade dos recicladores e conscientização da população através da educação ambiental.
Realizado por meio de convênio com as prefeituras, a primeira etapa consiste na liberação de recursos para a aquisição de um caminhão próprio para a coleta seletiva. Como contrapartida, o município se responsabiliza pela instalação dos barracões da unidade de processamento dos materiais recicláveis, motorista para o veículo de coleta e a manutenção dos equipamentos. Em outra etapa, serão destinados os equipamentos para a triagem e reciclagem, conforme a necessidade de cada município.
O programa prevê também a implantação de cooperativas ou associações de catadores, onde os carrinheiros deixarão de trabalhar nas ruas para atuarem nos barracões. O sistema permite, não apenas a ampliação da produtividade, mas também o aumento da receita das famílias, uma vez que, a proposta do programa é criar grupos de economia solidária que dividam os lucros entre eles.