Seu Eli embarcou no Expresso Nordeste há 44 anos para uma viagem que ainda não terminou

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Com tantos anos de experiência, seu Eli é uma espécie de “memória viva” da empresa, com muitas histórias a contar - Foto: Divulgação

Um mineiro de 75 anos de idade e com uma grande bagagem na rodoviária de Engenheiro Beltrão, mais especificamente na agência de passagens do Expresso Nordeste. É nesse espaço que Eli Monteiro de Andrade, “bate seu cartão” todos os dias, numa rotina de décadas de serviços prestados para a empresa, com sede em Campo Mourão.

Sua trajetória na Nordeste começou há 44 anos, em abril de 1980. Como não poderia ser diferente, é um dos funcionários mais antigos da empresa.

Em Engenheiro Beltrão, é um dos pioneiros do município, pessoa humilde, séria, e querido por todos, afinal, quem passa pela rodoviária, até mesmo pessoas de cidades vizinhas, o conhecem. Ao lado da filha, Valdirene, é o representante do Expresso Nordeste na cidade, sempre com muita dedicação e responsabilidade.

Com tantos anos de experiência, é uma espécie de “memória viva” da empresa, com muitas histórias a contar. Eli nasceu em 23 de outubro de 1948, na cidade de Nova Era (MG). Chegou a Engenheiro Beltrão ainda jovem, aos 18 anos, em 1966.

O início foi bastante difícil. Morando na comunidade Triângulo, o jovem Eli encarou o trabalho pesado de boia-fria, até 1974. “Depois passei a ser retireiro de gado, até 1979, quando entrei de cobrador na empresa Real”, recorda ele.

Com a experiência adquirida, no ano seguinte Eli foi contratado pelo Expresso Nordeste, de onde nunca mais saiu. “Comecei na Nordeste no dia 2 de abril de 1980, também como cobrador e no ano seguinte, em 28 de janeiro de 1981, passei a trabalhar na agência de Engenheiro Beltrão, onde permaneço até hoje, agora como terceirizado”, conta ele.

Casado com dona Helena, em 1970, o casal tem três filhos: Aparecido, Valdirene e Fabio. No ano passado, Eli recebeu homenagem da empresa, como um dos funcionários mais antigos. “De funcionário externo, sou o mais antigo.”

Em uma espécie de “viagem no tempo”, o beltrãoense faz uma comparação da época em que começou, com os dias de hoje, em termos de transporte rodoviário.

“Naquele tempo era muito difícil. Me lembro do dia em que embarquei em Campo Mourão e quando chegamos em Quarto Centenário estávamos em 114 pessoas no ônibus, quando a lotação era para 44 passageiros. As pessoas não tinham carro para viajar, por isso a demanda de passagens era três vezes maior que os dias de hoje”, revela.

Mesmo assim, Eli relata que ninguém reclamava, o contrário dos dias de hoje. “Agora os ônibus contam com ar condicionado, internet, ninguém viaja em pé e mesmo assim muita gente reclama”, completamente.

Mesmo com a saúde fragilizada, aos 75 anos, Eli procura sempre estar presente na agência, em um revezamento de trabalho com a filha Valdirene. “Aqui o plantão é de domingo a domingo, mas enquanto eu puder quero continuar trabalhando.”   

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