Carros antigos são a grande paixão do advogado beltrãoense, Rui Ghellere

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Neste dia 20 de janeiro, em que se comemora o Dia Nacional do Fusca, Ghellere fala de sua paixão por modelos antigos e da coleção de seis veículos que ele preserva na garagem de seu escritório - Foto: Divulgação

Três Jeeps antigos, o mais novo data de 1965; uma caminhoneta Chevrolet Brasil, de 1959; um Alfa Romeo, 1975 e, por fim, um modelo raríssimo, possivelmente o que mais chama a atenção quando sai na rua: um Fusca 1950. Essa coleção de automóveis, fabricada há mais de 60 anos, pode ter ficado no passado para muita gente, mas não para o advogado de Engenheiro Beltrão, Rui Ghellere, 73 anos.

Neste dia 20 de janeiro, em que se comemora o Dia Nacional do Fusca, Ghellere fala de sua paixão por modelos antigos e dessa coleção de seis veículos que ele preserva na garagem de seu escritório, no centro da cidade, com um cuidado todo especial, procurando manter cada um com as peças originais e em perfeito estado de conservação. Para manter o bom funcionamento, a cada semana escolhe um para rodar pela cidade.

Visitar a garagem de Ghellere é viajar no passado, pegando carona nas lembranças dos nossos avós (pelo menos para os mais jovens). Aposentado como professor, Ghellere trabalhou até no fim do ano passado, como assessor jurídico da Câmara de Vereador. “De longe, sou o concursado mais antigo da prefeitura, desde 1969, quando Joaquim Viana era prefeito de Engenheiro Beltrão”, orgulha-se ele. Nascido em Criciúma (SC), ele conta que chegou a Engenheiro Beltrão, em 1965.

Falar sobre a paixão pelos carros só deixa Ghellere sério, quando ele começa a lembrar dos gastos que cada um gera. “Além da despesa, dá muito trabalho. Por ser carro antigo, sempre aparece problemas, seja da bateria, uma roda que trava, problema de freio, radiador com vazamento, câmbio, diferencial, mas gosto é gosto, fazer o quê”, declara ele.

Já na juventude, portanto há mais de 50 anos, surgiu a oportunidade para a compra do Jeep, ano 1942. “Esse foi o primeiro, calculo que comprei há mais de 50 anos. Inclusive, quando os filhos eram pequenos (Rui e Fernanda), fomos para Florianópolis com ele. Era um Jeep do Exército”, explica.

 Passado algum tempo, foi a vez de uma Chevrolet Brasil (ano 1959) encher os olhos do beltrãoense, por meio de fotos. Isso porque o veículo pertencia a um casal de Engenheiro Beltrão, mas que foi morar em Paranaíta (MT).  “Esse casal era daqui e foi morar em Paranaíta, onde se separou e a mulher ficou com a Chevrolet Brasil. Vi por fotos e me interessei. A Mulher voltou para Engenheiro Beltrão, fizemos o negócio, mas só depois de três anos um amigo embarcou ela em um caminhão e me mandou”, relata ele.

Sempre atento as oportunidades de aumentar a coleção, Ghellere adquiriu mais um Jeep, esse do ano de 1948. O diferencial desse veículo é a capota de aço. “Essa capota de aço eu negociei com o senhor Amilcar, pai do Ricardo, da Sabará. Ele havia comprado um Jeep zero quilômetro, no início da década de 50 e o veiculo veio com capota de aço. Mas como ele retirou a capota, eu me interessei para colocar no meu. Para fechar o negócio comprei uma capota de lona e fizemos a troca”, recorda. Já o terceiro Jeep, ano 1965, com pintura toda original, foi comprado há cerca de 15 anos. “Cada veículo desse tem uma história.”

O Alfa Romeo, ano 1975, foi adquirido quando ele casou-se com a prima Eliana – Foto: Divulgação

ALFA ROMEO TEM “LIGAÇÃO DIRETA” COM O CASAMENTO

Todos os veículos que ornamentam a garagem de Rui Ghellere possuem uma particularidade, uma história a ser contada. Mas um deles é especial, por ter sido comprado em uma data marcante para o apaixonado colecionador de carros antigos: o Alfa Romeo, ano 1975, adquirido quando ele casou-se com a prima Eliana.

“Esse eu comprei quando me casei, em 1975, com minha prima. O pai dela, meu tio, costumava presentear os filhos quando se casavam, com um carro novo. Para minha esposa ele ia comprar um Corcel, mas ai decidimos pagar a diferença e comprar o Alfa Romeo. É um carro todo original, o qual preservo também com todos os cuidados”, revela.

Fusca, de 1950, foi comprado de um sobrinho, há cerca de 25 anos – Foto: Divulgação

FUSCA 1950 É UMA RARIDADE NA GARAGEM DE GHELLERE

O Fusca é um dos carros que mais atrai colecionadores ou pessoas que apreciam os modelos mais antigos, portanto, Rui Ghellere não poderia deixar de ter o seu. Mas o Fusca comprado de um sobrinho, há cerca de 25 anos, impressiona pelo ano e pela originalidade.

O automóvel foi fabricado em 1950, portanto está completando 71 anos. “Esse é o mais raro de todos, acredito que seja um dos poucos que ainda existe no Brasil, mantido original. Quando saio com ele na rua, chama muito a atenção e não faltam ofertas, mas esse não tem preço, assim como os outros carros antigos que tenho”, avisa ele.

Questionado sobre valores, ele diz que nem faz ideia. “Uma pessoa que coleciona carros antigos paga muito dinheiro por um carro desse modelo, por ser todo original.”

O Fusca chama a atenção, mas o “xodó” de Ghellere é a Jeep militar, de 1942. “Gosto mais desse Jeep, e até o mantenho na garagem de casa. Tanto esse quanto o Jeep 1948, possuem tomada de força, um guincho que fica na parte de traseira, também um equipamento difícil de ser encontrado nos dias de hoje”, revela.

Uma coisa ele deixa claro, nenhum dos carros está à venda e também não há o interesse de aumentar a frota. “Se aparecer algum outro antigo posso até comprar, mas não sou de ficar procurando.”

Ghellere conta que o filho Rui também aprecia modelos antigos, mas a coleção ele acredita que deverá ficar com um casal de netos, Julia ou Max. “Acredito que quando eu não estiver mais por aqui, meus netos vão ficar com os carros. O importante é que sejam mantidos bem cuidados”, completa.

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