Em entrevista a um programa televisivo regional, intitulado “Balanço Geral”, o prefeito Rogério Riguetti (PMDB) afirmou que as dívidas da Prefeitura de Engenheiro Beltrão devem ultrapassar a casa dos R$ 30 milhões.
Só junto ao INSS, Riguetti revelou que a prefeitura deve R$ 21 milhões. Parte desta dívida, cerca de R$ 17 milhões foi contraída durante os anos de 2009 a 2013, quando não foram computados repasse dos pagamentos dos recolhimentos dos funcionários públicos.
Além disso, foi apurado inicialmente que a prefeitura deve cerca de R$ 1.680.000,00 a Sanepar; mais de R$ 3 milhões em precatórios e ainda R$ 1,5 milhão a fornecedores, entre eles, comerciantes do próprio município.
Riguetti afirmou que a situação financeira encontrada é assustadora e dá forma que as finanças estão, a prefeitura está inadministrável .“Num primeiro momento, eu assustei. Eu sabia que a situação não estava tão boa, mas dá forma que está… neste momento, o município se torna inadministrável”, disse Riguetti , na entrevista a RIC Tv.
Se não bastassem as elevadas dívidas, o município ainda sofre com a precariedade do parque de máquinas, que tem diversos equipamentos quebrados; e com a situação de abandono da cidade, que está com boa parte da sua infraestrutura comprometida, com ruas completamente esburacadas.
Para suportar o momento, a prefeitura fechou as portas e trabalha com expediente interno e com servidores, alguns deles cargos em comissão, fazendo levantamento das dívidas junto aos credores. Somente serviços essenciais não foram paralisados.
LIMA DIZ QUE DEIXOU PREFEITURA COM DINHEIRO E CERTIDÕES EM DIA
Na sessão especial de transmissão de cargo e posse realizada no dia 1° de janeiro, na Câmara Municipal, o então prefeito Elias Lima ( PSD), que ocupou o cargo por oito anos (2009- 2012 e 2013 -2016), usou a tribuna de honra e afirmou que entregava as chaves da prefeitura com oito certidões negativas em dia, sem dívidas, e com R$ 4 milhões em caixa.
O pronunciamento de Lima não foi questionado pelo novo prefeito Rogério Riguetti que, em seu discurso, evitou o confronto direto com seu antecessor.A fala do então prefeito deixou muitos dos presentes no plenário da Casa de Leis em dúvida sobre a real situação das finanças da prefeitura, que vinha enfrentando cortes de despesas desde o término do período eleitoral. Resta agora saber quem realmente está falando a verdade à população beltrãoense.
EX-PREFEITOS FORAM DENUNCIADOS POR SUPOSTO DESVIO DO INSS
A questão da dívida do INSS é mais complicada do que parece e tornou-se o assunto principal de todos os administradores que assumem a prefeitura. A dívida é antiga e já causou problemas jurídicos para os ex-prefeitos José Dalpont e Euclides Saquetti, Cridão, (atualmente vice-prefeito), que foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por ato de improbidade administrativa com pedido de liminar e bloqueio de bens.
A ação foi proposta pelo promotor José Pereira Pio de Abreu Neto (Dr. Pio), em meados de novembro de 2010. Os ex-prefeitos e mais dois vereadores, que ocuparam a presidência, foram acusados de terem retido a contribuição dos funcionários e não as terem repassado ao Fundo Municipal de Previdência, que foi instituído e regulamentado em 2001, e que vigorou até 2007.
Na época, o promotor revelou que o valor apurado não repassado ao fundo (desviado) e que deveria ser ressarcido ao INSS, caso os denunciados fossem condenados, era de R$ 1.242.457,42. Sendo que destes, R$ 620.336,87 não foram repassados no mandato de Euclides Saquetti, nos anos de 2001 a 2004, e R$ 603.773,33 no mandato de José Dalpont, nos anos de 2005 a 2007.
